A Assembleia de Deus, como muitas igrejas protestantes e evangélicas ao redor do mundo, adota o dispensacionalismo como uma de suas bases teológicas. Essa abordagem oferece uma visão organizada da relação de Deus com a humanidade ao longo dos tempos, com foco na administração divina através de diferentes períodos da história.
O que é uma “Dispensação”?
A palavra “dispensação” vem do latim e significa “administração” ou “gerência”. No contexto teológico, uma dispensação representa um período em que Deus adota uma maneira específica de se relacionar e lidar com a humanidade, oferecendo a oportunidade de redenção. É uma forma de entender como Deus age de maneira ordenada e intencional ao longo da história, com propósito e plano.
O Que Defendem os Dispensacionalistas?
Uma das crenças centrais dos dispensacionalistas é a doutrina da segunda vinda de Cristo. Para eles, Deus vê a humanidade dividida em três grupos distintos:
- Judeus: o povo escolhido de Deus, com promessas específicas.
- Gentios: todas as outras nações.
- A Igreja: o corpo de Cristo, composto por todos os crentes em Jesus, independentemente de sua origem (Romanos 11.25-29; 1 Coríntios 10.32).
Essas distinções ajudam a entender como as promessas e o plano de Deus se aplicam a diferentes grupos, especialmente quando pensamos no papel de Israel e da Igreja ao longo da história e nas profecias bíblicas.
Fundamentos do Dispensacionalismo
Dois pontos centrais sustentam o pensamento dispensacionalista:
1 Literalismo das Escrituras: Os dispensacionalistas leem a Bíblia de forma literal, buscando entender as passagens proféticas e os ensinamentos dentro de seu contexto histórico e original, acreditando que Deus se comunica de maneira clara e específica.
2 Distinção entre Israel e a Igreja: No dispensacionalismo, Israel e a Igreja têm papéis e propósitos distintos no plano de Deus. Israel representa o povo escolhido por Deus desde o Antigo Testamento, com promessas específicas, enquanto a Igreja, nascida após a vinda de Cristo, cumpre um propósito distinto no plano redentor.
As Sete Dispensações
Os dispensacionalistas acreditam que a Bíblia apresenta sete dispensações, cada uma com uma maneira particular de Deus interagir com a humanidade:
1 Inocência (Gênesis 1.26-28): O período da criação até a queda, onde Adão e Eva viviam em harmonia com Deus.
2 Consciência (Gênesis 3.1 - 8.1): Após a queda, o homem começa a discernir o bem e o mal, mas continua se afastando de Deus.
3 Governo Humano (Gênesis 8.15 - 11.19): A humanidade é chamada a governar e estabelecer uma sociedade ordenada.
4 Patriarcal (Gênesis 12.1-9; Êxodo 18.27): Deus estabelece promessas com os patriarcas como Abraão, Isaac e Jacó.
5 Lei (Êxodo 20.1-20): A entrega da Lei a Moisés, com o povo de Israel vivendo segundo os mandamentos.
6 Graça (Tito 2.11): A era atual, em que a salvação está disponível a todos por meio da fé em Jesus Cristo.
7 Milênio (Isaías 65.17-25; Apocalipse 20.4-20.6): O período futuro em que Cristo reinará na terra.
A Dispensação Atual: Graça
De acordo com a visão dispensacionalista, estamos vivendo a dispensação da Graça, que começou com o sacrifício e a ressurreição de Jesus Cristo. Esse período é marcado pela salvação acessível a todas as pessoas que crerem em Jesus. Entretanto, essa dispensação será seguida pela dispensação Milenial, um tempo em que Cristo governará a Terra, trazendo justiça e paz.
Conclusão
Para a Assembleia de Deus, o dispensacionalismo é uma maneira prática e bíblica de entender o relacionamento de Deus com a humanidade, oferecendo uma perspectiva de como a história se desenrola segundo o plano divino. Essa visão reitera a esperança na segunda vinda de Cristo, a importância de entender as profecias bíblicas e o papel distinto de Israel e da Igreja. Para os fiéis, essa é uma maneira de viver com propósito, aguardando o cumprimento de todas as promessas de Deus para a humanidade.
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